Força Especial de Bombeiros (FEB) motivada e com os olhos no futuro

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canarinhos

Em plena Fase Charlie, os 212 elementos que constituem a FEB assumem uma postura de guerreiros. Os dias têm sido calmos, mas nem por isso eles facilitam nas actividades de formação e no trabalho diário. Espalhada por sete dos 18 distritos do Continente, a força dos "canarinhos" orgulha-se da taxa de sucesso das missões helitransportadas e terrestres. Numa altura em que a campanha vai a meio, o "BP" foi ao terreno dar voz aos bombeiros que, na sua maioria, longe de casa, vão fazendo projectos de futuro nas horas em que o fogo dá descanso.

A disciplina é palavra de ordem. Ainda a comitiva do comandante operacional nacional não chegou aos locais onde os grupos estão sedeados e já a formatura está pronta. A visita operacional, liderada pelo CONAC, Gil Martins, e pela sua adjunta, Patrícia Gaspar, que foi acompanhada pelo "BP", teve como primeiro ponto de paragem um dos mais recentes centros de meios aéreos (CMA) construídos para a campanha deste Verão - o CMA de Estremoz.
Ali cheira a Alentejo e a paisagem não deixa margem para dúvidas.
As instalações do grupo são o orgulho dos únicos representantes da FEB no distrito de Évora.
Lá no alto, no CMA, e porque estamos a Sul do distrito, os olhos não alcançam grandes manchas de floresta, o que, segundo os bombeiros, "não dá garantias" de menos trabalho. O mato é rasteiro, mas quando o fogo pega corre rápido e, se a primeira intervenção não é boa, as horas seguintes podem ser muito complicadas.
Os chefes de grupo e de brigada respondem às dúvidas dos dos responsáveis da ANPC e da FEB. À passagem da comitiva em cada distrito, há sempre uma apresentação em PowerPoint pronta para dar a conhecer o número de elementos e os meios de cada grupo, o número de saídas e os tempos de operações (saída os helicópteros, chegada ao teatro de operações e intervalo entre descargas), bem como o número de missões abortadas - e este ano já são algumas, principalmente porque os corpos de bombeiros que chegam ao terreno logo após o alerta conseguem dar conta do recado e as brigadas vestidas de amarelo já não são necessárias.
No CMA de Estremoz, o grupo mostra com orgulho as instalações onde descansa, come e dorme. As paredes são obra da Câmara mas, lá dentro, há muita mão-de-obra dos "canarinhos". Aliás, um pouco por todo o País, os elementos da FEB têm mimado com as suas próprias mãos os espaços onde vivem até ao final da campanha. Em Estremoz, até a estrutura de ferro dos beliches está pintada de amarelo, a cor que muitos criticaram na altura da criação das brigadas helitransportadas, mas que hoje já conquistou o respeito que lhe é devido.
Enquanto decorre a conversa operacional, em privado a nossa reportagem vai metendo conversa com os jovens operacionais. As idades dos "canarinhos" vão variando, mas a média etária está entre os 25 e os 30 anos.
Estremoz está a cargo da segunda companhia da FEB, tal como os distritos de Setúbal e Beja. Nuno Mira, de 28 anos, natural de Montemor-o-Novo e dos bombeiros locais, está orgulhoso da sua missão.
"É uma experiência muito positiva. A formação que nos foi dada na Escola Nacional de Bombeiros (ENB) foi muito boa, porque abrangeu várias vertentes, dando-nos grandes capacidades para desempenhar esta missão", sublinha em conversa informal.
José Realinho, o comandante da FEB, enfatiza o trabalho diário dos seus homens e pede que "não se pense que, pelo facto de o Verão estar calmo, que os "canarinhos" estão à ‘sombra'. "Levantam-se cedo e, antes do CMA abrir, fazem treino físico diário. Depois, e quando não há saídas, dedicam-se à manutenção das instalações, a treinos diários com helicópteros e viaturas e verificam e tratam do material, ou seja, nunca estão parados", refere o responsável.
A formação diária passa pela troca de posições entre o helicóptero e o VLCI, que sai ao mesmo tempo que o meio aéreo.
Voltando à conversa com Nuno Mira, o jovem faz questão de contar que a equipa tem tido pouco trabalho, mas tem saído todos os dias. "Felizmente, temos resolvido tudo na primeira intervenção e tem corrido tudo bem". Sustos, ainda ninguém apanhou, mas lembra o elemento da FEB que "há sempre coisas a limar".
Sobre o espírito de equipa, Nuno Mira recorre à imagem dos bombeiros voluntários para afirmar que, também no CMA, eles são como "uma família". Nas perguntas sem resposta fica o futuro da FEB e o vínculo laboral com o Estado. Sobre esta questão, todos são unânimes: "Estamos confiantes e acreditamos que o modelo actual vai ser alterado. Como força profissionalizada de que o Estado precisa, consideramos que merecemos uma carreira com futuro".
Para além do trabalho operacional, os "canarinhos" fazem questão de se dedicar também ao contacto com as populações.
Em jeito de confissão, os bombeiros contam com orgulho que apostam em "acções de vigilância e de interligação com os copos de bombeiros e populações". O resultado traduz-se "numa óptima ligação com as populações", que acolhem os "canarinhos" de forma quase familiar. Sobre a atitude dos populares relativamente a actos de negligência, garantem que "as coisas estão melhor". Mesmo assim, há quem ainda, em pleno dia, faça cortes de madeira e utilize máquinas agrícolas", denunciam à boca pequena.
Os números da equipa de Estremoz não variam muito quando comparados com outros distritos. Os helicópteros têm estado a sair 4 a 5 minutos após o alerta. A chegada ao teatro de operações não tem ultrapassado os seis a sete minutos.

Mochilas chegam com atraso

Só no dia 29 de Julho começaram a chegar as mochilas que fazem parte do material dos "canarinhos". A reportagem do "BP" esteve no distrito de Portalegre um dia depois, e tentou saber como estavam a gerir a situação.
José Realinho, o comandante da força, explicou que é dada "preferência ao pessoal do helicóptero". Apesar de alguma falhas, que se registaram devido a atrasos na entrega pela empresa que forneceu o material, eles acabam sempre por ter o ter, já que as mochilas vão rodando pelo pessoal.
Para além do equipamento de protecção individual, os "canarinhos" contam com uma mochila, que transportam à cintura, com o seguinte material: ração de combate, "fire shelter", limas para afiar as ferramentas, cantil, máscara, e "kit" de primeiros socorros.
Só no início de Agosto começaram a ser entregues as mochilas em falta aos elementos da segunda companhia da FEB.

Preparados para o pior, apesar...

Nem só as condições climatéricas têm contribuído para os números da área ardida, que, à data de fecho desta edição, se situavam nos seis mil hectares consumidos desde o dia um de Janeiro até ao dia 31 de Julho.
Tal como em Estremoz, também em Portalegre os responsáveis operacionais destacam a importância da aposta na prevenção. Luís Belo, comandante operacional do distrito, refere a existência de "planos de vigilância móvel e fixa, o que nos tem permitido conquistar mais eficácia em matéria de prevenção".
Já sobre o comportamento de risco das populações, o CODIS de Portalegre não se mostra tão optimista. "Na verdade, mudou um pouco, mas não o suficiente, até porque, nos meios rurais, é mais difícil, pois aqui as pessoas funcionam como se de um escritório se tratasse, com horários das nove às cinco. Ou seja, os trabalhos da terra deixaram de ser feitos à noite e são feitos de dia, muitas vezes à hora do calor", alerta o responsável, que acredita na importância da fiscalização.
Posição mais optimista tem Fábio Silva, chefe de brigada da FEB sedeada na capital do distrito de Portalegre: "Temos notado uma diferença na mentalidade das populações. As pessoas estão mais sensíveis e chegamos a ser contactados com vários avisos. Os alertas estão a chegar rápido, o que facilita o trabalho", refere.
Seja qual for o motivo, a verdade é que o Verão de 2008 mostrou-se calmo, pelo menos até finais de Julho. Uma realidade que agrada sobremaneira aos combatentes do dispositivo. Luís Tavares, chefe do grupo sedeado em Portalegre, confirma que as coisas têm "estado muito calmas", sublinhando que o importante é que assim continue, pois "é bom sinal para todos".

Meda: romaria à helipista

Com forte empenhamento da Câmara Municipal da Meda, concelho do distrito da Guarda, a cidade tem pela primeira vez este ano uma helipista que alberga o helicóptero e as viaturas que dão apoio à equipa da FEB, uma das três existentes no distrito.
No denominado CMA da Meda, André Alexandre, bombeiro nos Voluntários de Viseu, foi destacado para integrar a equipa de "canarinhos" que ali se encontra. Apesar da acalmia, os elementos da FEB dizem que "não param". "Este ano só não temos de fazer a comida, pois trazem-nos as refeições. Isto é um bichinho e, tal como durante o resto do ano, estamos sempre prontos".
André Alexandre está nos "canarinhos" desde 2005, o que lhe dá uma perspectiva mais abrangente sobre o esforço de combate. "O ano de 2005 foi o pior a que já assisti. Na altura, estava no CMA de Santa Comba Dão. Chegávamos a sair às seis da manhã e a regressar às 10h00 horas da noite com umas "buchas" que substituíam os pequenos-almoços, os almoços e os jantares. Quando me lembro disto, tenho a certeza de que muito mudou", sublinha o bombeiro voluntário, para quem a presença dos "canarinhos" e do helicóptero é "dissuasora".
A propósito, Alexandre conta-nos uma curiosidade: "Nos outros locais onde as populações já se habituaram à presença dos meios aéreos, o ritual de domingo e ir à missa e depois fazer a romagem ao cemitério. Aqui, em Meda, os passeios de domingo acabam aqui na base, onde as pessoas vêm falar connosco e tirar as dúvidas mais variadas. A mais engraçada tem a ver com o facto de as pessoas não perceberem onde é que a água é transportada, pois não sabem que o cesto está guardado na rede. Explicamos como se faz a primeira intervenção e que materiais utilizamos. Há muita gente que fica bastante perplexa ao saberem que andamos com dorsais de 20 a 25 litros às costas".
Toda a equipa agradece a forma como os habitantes da Meda receberam os bombeiros e a forma como os acarinham. Como dizem, em tom de brincadeira, aos domingos "há formação de combate a incêndios no CMA da Meda".
Ironia do destino: dois dias depois de a reportagem do "BP" ter estado nesta cidade do distrito da Guarda, o concelho foi atingido por um dos maiores incêndios da última década, segundo o autarca João Mourato.

CONAC saudou combatentes de Norte a Sul do País - "A vossa segurança está em primeiro lugar": Par além de verificar as condições técnicas e operacionais dos meios humanos e materiais do Dispositivo de Defesa da Floresta Contra Incêndios, um dos principais objectivos da visita operacional de três dias que o comandante operacional nacional (CONAC) realizou entre 30 de Julho e 1 de Agosto a vários pontos do País foi dar "ânimo às tropas".
À semelhança do que já aconteceu em outros anos, Gil Martins foi mais uma vez ao terreno falar com os operacionais do dispositivo. Por todos os locais por onde passou, deixou palavras de apreço e agradecimento. "Seguimos com muita atenção as vossas missões e quero que saibam que têm sido elogiados. Em nome da ANPC e do comando nacional, peço-vos que mantenham esse espírito e, para bem de todos, espero que tenham pouco trabalho".
Num tom diferente e mais assertivo, Gil Martins terminou quase sempre as conversas informais com os muitos elementos a quem se dirigiu lembrando que a segurança individual deve estar sempre na primeira linha. "É preciso que saiam todos, mas, mais importante, que regressem todos. Aos pilotos cabe a responsabilidade de vos trazer também a todos, e esta mensagem também é para eles. A vossa segurança é o nosso objectivo central. Mais vale arder um ou mais hectares do que pôr em risco a vossa vida", repetiu várias vezes.

Bombeiros Municipais do Sardoal - Para sempre bombeiro: Na central de comunicações dos Bombeiros Municipais do Sardoal, no distrito de Santarém manda Hugo Cardoso, bombeiro da casa desde os 16 anos.
Por detrás de uma cara redonda, tez clara e sorriso rasgado, está um jovem de 30 anos a quem o destino pregou uma partida. Em dia de festa, um mergulho azarado marcou o jovem bombeiro para sempre. Uma fractura na cervical atirou-o para uma cadeira de rodas na flor da idade.
Hugo Cardoso contraria o destino, dia após dia, com a força da juventude e a garra de querer continuar a servir os bombeiros.
Orgulha-se do que faz. É ele que, na central de comunicações dos bombeiros, gere os toques de telefone, os contactos com o CMA e o CDOS em época de incêndios, ou com o INEM, conforme o pedido que lhe chega às mãos.
"Tem estado calminho", refere Hugo Cardoso, que há muito se habituou a gerir situações de crise. Este ano o telefone tem "tocado pouco", mas mesmo assim há sempre um alerta para dar resposta. "Quando é preciso, toco o alarme e activo os meios, consoante o que está definido para primeira intervenção. Mas tem sido fácil, comparando com 2003 e 2005".
No quartel, todos respondem "presente" às ordens do jovem Hugo.
Hoje, a vida é diferente, mas a missão ao serviço dos bombeiros, essa, mantém-se a mesma, apenas com uma diferença, que, em dia menos bons, faz toda a diferença: "Eu estava habituado a andar com eles nos fogos, e agora o terreno fica longe demais. Vou percebendo o que se passa pelas comunicações e pelas conversas que vou ouvindo", desabafa em tom desalentado.
Já com um sorriso mais aberto, Hugo Cardoso conclui: "Agora sou eu o primeiro a saber de tudo e mando os outros trabalhar. Olhe, fico sentado a descansar...".

Helicópteros pesados Kamov são a "estrela da companhia" - Pilotos da EMA enaltecem prestação dos aparelhos russos: Os CMA de Braga, Vila Real, Santa Comba Dão, Ferreira do Zêzere e Beja são o poiso dos cinco helicópteros Kamov que a Empresa de Meio Aéreos (EMA) comprou este ano. Nos restantes CMA, as conversas da maioria dos pilotos e combatentes passam pelas capacidades da "estrelas da companhia" deste Verão. De tão feios e grosseiros que são, os Kamov até ganham alguma graça quando deles nos aproximamos.
A versão que se encontra ao serviço do combate a incêndios conta com uma meia "bola de vidro" mais ou menos a meio do aparelho, a "aranha" que suporta o balde. Este dispositivo, colocado depois de aberto o alçapão, é amovível, já que para missões de busca e salvamento, em terra ou no mar, evacuação aeromédica ou transporte de equipamento e carga suspensa, o aparelho conta com outro tipo de material adaptável à missão programada (bancos, guincho, macas, etc).
As valências do Kamov foram explicadas à nossa reportagem por João Lima, um dos pilotos portugueses há mais anos ligado ao combate aos fogos no nosso País e actual piloto da EMA.
À porta do Kamov, explica que o aparelho leva os dois pilotos e que há ainda lugar para um elemento da tripulação, que pode ser um técnico de manutenção ou um coordenador aéreo.
Se a distancia entre o CMA e o teatro de operações for grande, o balde pode não voar suspenso, sendo transportado numa plataforma, tipo estrado, existente no exterior da aeronave junto a uma das portas. Apesar do balde ser muito pesado, refere João Lima, a sua "montagem é rápida".
A diferença, explica, é que, com o balde pendurado, os pilotos estão condicionados a voar a 90 a 95 nós de velocidade. Sem o balde, a velocidade pode atingir aos 130 nós.
O enorme balde deste helicóptero, que está a operar com uma capacidade de 4500 litros, tem um sistema de quatro bombas "chupadoras" que ajudam a sugar a água para o balde em zonas onde a profundidade é reduzida. Nestes casos, o balde leva cerca de 40 a 45 segundos a encher. Se houver profundidade, o balde funciona como se de um ligeiro se tratasse, demorando o seu enchimento menos tempo.
Mas, afinal, o que pensa um piloto com a experiência de João Lima sobre o Kamov? Depois de já ter pilotado quase todo o tipo de meios pesados e ligeiros que Portugal tem utilizado, será este helicóptero uma boa aquisição?
"Sobre os Kamov, tenho uma opinião pessoal. Um meio como este deve ser utilizado no ataque ampliado, mas não quando a situação já está fora de controlo. Nessa altura, devem ser accionados outros meios. Os Kamov são bons para uma fase intermédia, mas, para mais do que isso, deverá sempre imperar o bom senso de quem está a coordenar os meios. Estou muito satisfeito com eles. Voa-se com muita tranquilidade e não podemos esquecer que estamos a falar de 11 toneladas. Na minha opinião, a relação entre o peso, o tamanho e manobrabilidade é muita boa. Penso que, se for bem utilizado, é muito rentável", conclui João Lima.

"Os bombeiros portugueses são bravos": Aos comandos do Air Tractor que está sedeado no CMA da Covilhã, estão este ano dois pilotos australianos. Ao serviço da Aeronorte, este é o segundo ano consecutivo que eles integram o dispositivo.
Há vários anos que esta dupla pilota aeronaves de combate a incêndios florestais. Estão em Portugal três meses e, nos restantes meses do ano, fazem trabalho idêntico nos incêndios que fustigam a Austrália.
À pergunta se gostam de cá estar, respondem com um sim redondo e prolongado. "Portugal tem uma paisagem difícil, por causa dos muitos cabos de alta tensão, e uma orografia que impõe respeito", sublinha Philipe Done em declarações ao "BP".
No outro lado da balança, o piloto australiano coloca a camaradagem, a hospitalidade e o trabalho "profissional" dos bombeiros portugueses. "No terreno, funcionamos como uma força única. Os bombeiros portugueses são como os guerreiros e têm muita experiência".
Aproveitando a visita operacional do CONAC, Philipe Done deixa uma única reclamação: "Dava-nos jeito um sofá para nos esticarmos enquanto descansamos", pede entre sorrisos. Na resposta, Gil Martins prometeu uma solução rápida.

Centro de Recursos de Protecção Civil é a última esperança dos "canarinhos" - Elementos da FEB já pensam no futuro: Para manter o vínculo laboral dos elementos da FEB à Autoridade Nacional de Protecção Civil, o Ministério da Administração Interna voltou a recorrer às associações e corpos de bombeiros que, pelo terceiro ano consecutivo, servem de "barriga de aluguer" à contratualização destes elementos por parte do Estado.
Numa altura em que muitos dos elementos da primeira companhia já assinaram o número máximo de contractos possível perante a lei, e com promessas de integração na futura estrutura de recursos de protecção civil, aumenta a expectativa quanto a um projecto de carreira.
Nas várias conversas que a nossa reportagem manteve com os elementos da FEB, a maioria recusou falar abertamente sobre o vínculo laboral, não recusando, no entanto, mostrar sentimentos de alguma ansiedade.
Sem nunca estabelecer paralelos com outras forças do dispositivo, Bruno Marcelino, que pertence ao grupo de Castelo Branco, brigada de Proença-a-Nova, lembra que sempre foi voluntário e que os "canarinhos" aparecerem em 2005 como "uma boa oportunidade". Passados três anos, o jovem bombeiro diz que "aguarda uma clarificação" quanto à relação contratual com o Estado, lembrando que todos aqueles que se empenharam desde o início "têm direito a uma carreira". "Estou aqui de copo e alma porque gosto, mas espero que esta situação precária seja resolvida", conclui.
Outro elemento que fez questão de assumir as preocupações foi Pedro Hermenegildo, sedeado este ano na Meda e que faz parte da primeira companhia. "Quero continuar, mas precisamos de um projecto de carreira, pois todos nós temos uma vida pessoal", desabafou. Temos de continuar a apostar no voluntariado nos bombeiros, mas, havendo uma hipótese de profissionalização, obviamente que não podemos olhar para trás", sublinhou, esperançado em que as "coisas se resolvam".

Fonte: Reportagem de Patrícia Cerdeira publicada na edição de Agosto do jornal "Bombeiros de Portugal" da Liga dos Bombeiros Portugueses

 


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