Protecção Civil: Entidades "excessivamente dependentes" das redes de comunicação

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Os intervenientes no sistema de Protecção Civil, na sua maioria, estão "excessivamente dependentes" das redes de comunicação móveis e fixas, sendo fundamental desenvolver sistemas independentes e alternativos, alerta um relatório da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). O documento da ANPC, a que a Lusa teve acesso, apresenta as principais conclusões de um simulacro de sismo realizado entre 21 e 23 de Novembro do ano passado nos distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal.

e identifica lacunas, além de contributos para a melhoria do Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico da Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes (PEERS-AML) e da capacidade de resposta nacional a uma situação real.
O relatório, elaborado pelo Comando Nacional de Operações de Socorro, refere que há "excessiva dependência da grande maioria das entidades intervenientes das comunicações móveis e fixas". Para tal, sugere que sejam desenvolvidos sistemas independentes e alternativos de comunicações.
Nas primeiras horas do exercício da Protecção Civil simulou-se uma falha total das comunicações móveis e fixas, permitindo este teste verificar que as falhas de comunicação poderão, "em caso real, constituir-se como um dos principais entraves a uma gestão adequada das ocorrências".
No exercício estiveram envolvidas 68 entidades, desde Bombeiros, PSP, GNR, Forças Armadas, Aviação Civil, INEM, Cruz Vermelha, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Polícia Judiciária, autarquias locais e Ministério Público.
Outro dos "pontos fracos" verificado durante o simulacro de sismo, denominado "Prociv IV/2008", foi a gestão de informação.
"Este processo foi manifestamente conturbado, com especial ênfase no primeiro dia de operações. Os dados não circulavam entre os três escalões de intervenção (municipal, distrital e nacional), nem tão pouco entre as várias estruturas existentes em cada um destes (postos de comando e centros de coordenação operacional)", lê-se no documento.
Nesse sentido, a ANPC sublinha que a gestão de informação operacional é um dos aspectos a melhorar, sendo "fundamental a concepção de ferramentas que, ao nível dos postos de comando, possam sustentar esta gestão de uma forma ágil e consolidada".
A Protecção Civil indica igualmente a necessidade de desenvolvimento de metodologias e ferramentas de gestão de informação que permitam a todas as entidades intervenientes em operações desta natureza ter uma perspectiva global da situação.
A nível municipal foram também detectadas algumas fragilidades, como "dificuldades na coordenação entre os postos de comando e os centros de coordenação operacional", e "falta de clarificação de algumas missões e competências", nomeadamente no que se refere ao papel do Comandante Operacional Municipal (COM).
Sendo os Serviços Municipais de Protecção Civil a base de todo o sistema de Protecção Civil, "importa investir neste domínio" através da clarificação das competências dos vários intervenientes, adianta o documento.
Ao nível da logística, foram detectadas "falhas de coordenação pontuais entre a célula de operações e a da logística, facto que levou a que não tivesse conhecimento do que se passava no terreno e consequentemente não ter sido possível planear eventuais acções de logística em apoio às células dos distritos afectados".
Baseado no sismo ocorrido em Benavente em 1909, Lisboa, Vila Franca de Xira, Benavente, Seixal, Samora Correia, Porto Alto, centro histórico de Almada, Sintra e Barreiro foram as localidades onde decorreu o simulacro, que teve como cenários edifícios em colapso e soterrados, deslizamento de terras, vias de acesso bloqueadas e incêndios urbanos e florestais.

Fonte: Jornal Bombeiros de Portugal da Liga dos Bombeiros Portugueses

 


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